DESERTO DO CAMINHO
Eu sou a chuva
Que lança a areia no deserto do Saara
Eu sou a sereia que dança, destemida e encantada
Sou um barco à deriva, sem leme ao Deus-dará
Sou como a luz do amor que não consegue brilhar
Sou a lua que se esconde entre as flores e os ramos
E o jardim fica escuro de repente a sufocar
Perco o rumo da ilusão e o caminho
É uma fogueira ardente, abrasadora, inflamada e sorrateira
Sou como um monge que mata a sua sede na mais pura água da fonte
Vou procurar o amor e não vou parar
Mesmo que o coração doa e dos meus olhos derramar uma lágrima
Só quando o coração parar de bater
O pensamento mais nada for
Vou beber a água cristalina da fonte, como uma sereia no fundo do mar.
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